2 de outubro de 2013

Extensão Universitária Promovendo Ampliação da Expertise Profissional.


A Extensão Universitária (ou Extensão Acadêmica) é “considerada”, particularmente, no Brasil, conforme dispõe o artigo 207 da Constituição Federal, um dos pilares da Formação Universitária, conjuntamente com o Ensino e a Pesquisa, uma vez que se proclama, invariavelmente, a “indissociabilidade” entre Ensino, Pesquisa e Extensão.

Porém, há muitas dúvidas, senão controvérsias, efetivamente, ou enganos, eventualmente, quanto a quais atividades acadêmicas estão, de fato, relacionadas com a Extensão, talvez, em decorrência, eventualmente, de interpretações no entorno do entendimento (ou real significado) sobre a “autonomia” universitária, garantida, também, pela lei em referência.

Seja como for, independentemente de condicionamentos, a Extensão Universitária (ou, apenas, Extensão) deve ser tomada como atividade acadêmica que venha articular o Ensino e a Pesquisa, dentro e fora da Universidade, viabilizando a necessária relação real, efetiva e válida entre a Universidade e a Sociedade.

Muito simplesmente, então, pode ser o entendimento sobre Extensão quando relacionada à Universidade; senão, acompanhe o raciocínio a seguir considerado, qual seja:
(a) a Universidade em visita ao mundo real (seja interno ou externo) se inteira sobre os necessários problemas apresentados pela Sociedade;
(b) a Universidade de posse de semelhantes informações passa a realizar a Pesquisa de eventuais soluções dos problemas demandados conforme o conhecimento que possui;
(c) com as supostas soluções oriundas da Pesquisa (e de eventuais novos conhecimentos gerados pelos correspondentes estudos realizados) a Universidade volta ao mundo real e as submete aos requerentes, repetindo semelhante procedimento até que os envolvidos no processo reconheçam, em consonância, como solução de fato os resultados da Pesquisa realizada pela Universidade;
(d) reconhecida pela Sociedade a solução apresentada a Universidade repassa sob a forma de Ensino aquelas soluções dos problemas encontrados (transformadas em conhecimento) para seus Acadêmicos, ampliando as possibilidades de aquisição de outros conhecimento por consequência direta ou indireta;
(e) no dia seguinte, a Universidade volta ao mundo real e pergunta novamente à Sociedade quais são os problemas a resolver e se desencadeia todo o processo novamente.

Assim, acontece a Extensão Universitária: Extensão – Pesquisa – Extensão – Ensino – Extensão – Pesquisa – Extensão – Ensino – Extensão ... dentro e fora da Universidade.

Assim entendendo a Extensão não há muito que cogitar ou questionar senão fazer Extensão. A Universidade deve compor parte da Sociedade, do mundo real, do mundo dos problemas a resolver. Não estando na Sociedade, não entendendo a Sociedade ou não se comprometendo com os problemas e os desafios da Sociedade, a Universidade não compreenderá a Extensão, não fará Extensão, não conseguindo cumprir uma de suas obrigações precípuas.

Mas, a Extensão se faz interna na Universidade e externamente à Universidade, pois a Extensão está associada à razão de que o conhecimento gerado deve necessariamente possuir intenções de transformar a realidade de todas as Pessoas da Sociedade (sejam elas ligadas diretamente à Universidade ou não).

Da Extensão Cursos para seus próprios Acadêmicos à Extensão Produtos, Serviços ou Processos para a Sociedade; da Extensão Sociedade à Extensão Universidade, a Extensão deve ser concebida como “mão dupla” entre a Universidade e a Sociedade para o desenvolvimento simultâneo e contínuo da Comunidade Universitária e da Sociedade na qual a Universidade está inserida.

No sentido aqui defendido, de pouco adiantará a Extensão da Universidade na Sociedade, se não houver uma relação bidirecional mediada pelo mútuo desenvolvimento da Universidade e da Sociedade. Logo, a inserção da “Dimensão Acadêmica” da Extensão na formação dos Acadêmicos e na construção do conhecimento é primordial, também, para a efetivação da Extensão.

Assim sendo, os chamados Cursos de Extensão Universitária são imprescindíveis para a real “indissociabilidade” entre Ensino, Pesquisa e Extensão. Na medida em que se intensificam os Cursos de Extensão Universitária mais e mais são ampliadas as possibilidades da Extensão Universidade à Extensão Sociedade e da Extensão Sociedade à Extensão Universidade.

A Extensão por meio de Cursos dentro da Academia possibilita aos Acadêmicos capacitação imediata para resolver problemas próximos da Sociedade muito antes da conclusão de suas Graduações além de favorecer a “expertise” que transcende, em muito, a filosofia ou as plataformas metodológicas de qualquer bom PPC (Projeto Pedagógico de Curso) que, na maioria das vezes, é reformulado muito tardiamente em relação às Tecnologias (e às necessidades) que se apresentam na Sociedade de forma livre e intensificada a cada dia. Além do mais, associando-se, fortemente, à concepção da “indissociabilidade” entre Ensino, Pesquisa e Extensão, a Extensão deveria ser tomada como componente obrigatório na prática Docente nas Universidades.

Entendendo, todavia, a “expertise” com significado de “experiência, perícia, especialização” que reúne conjunto de habilidades, competências e conhecimentos adquirido com base no estudo de um assunto e a capacidade de aplicar tal conhecimento, os Cursos de Extensão Universitária para Acadêmicos (da própria Universidade), centrados em experiências e práticas necessárias exigidas pelo mundo real, permitem possibilitar aos futuros profissionais distinção em diversos outros campos de atuação além dos limites “propedêuticos” pretendidos pelo particular PPC.

A Extensão Universitária interna na Universidade, conforme aqui pensado, é promotora do desenvolvimento de outras habilidades e competências para executar atividades profissionais além daqueles restringidas pelos Currículos de quaisquer Cursos Universitários. Constitui, por si só, agente de Inovação que obriga transformação pelo acréscimo de conhecimento extemporâneo e segundo necessidades além dos paradigmas institucionalizados.

Carlos Magno Corrêa Dias
02/10/2013