16 de dezembro de 2012

Liberdade Promovendo Conquista Social e Individual.


Selvagem, familiar, hodierno, conflitante, afetivo, cruel, magnífico, surreal, presente, civilizado, tradicional, de vanguarda, mediador, essencial, fortuito, novo e quase revolucionário. Assim é “Valente”, da PIXAR/DISNEY, que traz como protagonista a surpreendente Merida.

A animação é entusiástica e gira em torno dos conflitos que possam ser gerados entre o senso de liberdade dos jovens e as tradições dos pais. Fortemente emocional, mas, também, crítico e divertido, o enredo põe em confronto o espírito selvagem da jovem Merida e a etiqueta social como obrigação asseverada por sua mãe. Assim, o embate entre a liberdade e a tradição está no centro do roteiro e se mostra repleto de significados que objetivam evitar a destruição da noção de família, tendo por mediadora a própria Mérida (o que constitui outra inovação).

Na trama, muito bem conduzida, a jovem princesa dá, entretanto, provas que a diplomacia como forma de valor moral pode ser introduzida nos contos infantis para mostrar que a família (embora essencial) tem forma heterogênea e é conflituosa mas que pode ser “vivida” em conjunto para o bem de todos os envolvidos desde que preservando-se o respeito, garantido-se a amizade e o amor e, sobretudo, reconhecendo e entendendo as individualidades.

Movimentado, curioso, e, também, divertido, “Valente” é de prender a atenção do começo ao fim. Mas, o mais interessante (o moderno, aquilo que garante vanguarda) na animação é o avanço que os produtores se permitiram aceitar ao criar um roteiro infantil que provoca, incentiva, faz refletir e, ao mesmo tempo, ensina (a quem estiver disposto a aprender ou a apreender, independente da idade) que a liberdade pode ser direcionada para a conquista social e individual.

Carlos Magno Corrêa Dias
Curitiba-PR, 16/12/2012